Hábito

Quanta mágoa contida

Quanta dor repetida

E sempre a mesma ferida

Vem me pestanejar

Mas quanta força exprimida

Quanta vida suprida

E sempre a mesma ferida

Pra se ter que curar

Quantos livros em branco

Quantos bancos a entrar

E é sempre cifra singular

E contas vencidas

Pra se ter que pagar

Mas a rotina maldita

Que a tudo me dita

Já não quero trilhar

Vou gastar compulsivo

Vou amar intensivo

Vou me descontrolar

Vou somar um pecado

Ou multiplicar um perdão

Vou desdenhar do amor penado

Ou contabilizar horas de solidão

Carlos Roberto Felix Viana

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 10/09/2011
Código do texto: T3212398
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