Hábito
Quanta mágoa contida
Quanta dor repetida
E sempre a mesma ferida
Vem me pestanejar
Mas quanta força exprimida
Quanta vida suprida
E sempre a mesma ferida
Pra se ter que curar
Quantos livros em branco
Quantos bancos a entrar
E é sempre cifra singular
E contas vencidas
Pra se ter que pagar
Mas a rotina maldita
Que a tudo me dita
Já não quero trilhar
Vou gastar compulsivo
Vou amar intensivo
Vou me descontrolar
Vou somar um pecado
Ou multiplicar um perdão
Vou desdenhar do amor penado
Ou contabilizar horas de solidão
Carlos Roberto Felix Viana