Entre o dia e a noite

Quando um dia fui noite

E ansiei a madrugada

E foi o sol quem fez chegada

Arrebatando-me à açoite

Só crepúsculo e alvorada

Foram ápices desse afoite

Só no intervalo dia-noite

Pude tê-la enamorada

Reclinado à ma sorte

Somente ao meio termo

Do bálsamo a meu ermo

Soprava um vento forte.

Teu brilho flamejava o norte

E encontrá-la neste cerco

Um rastro de tempo que se mostre

No desejo do dia em beijar a noite

E a pouco condená-lo a morte

Pois se o dia nascia da noite

Já se via um novo acervo

Pois quanto mais claro vos era

Tão menos o escuro era forte.

E assim se sucede um apreço

De seu dia ao sul e minha noite ao norte.

Carlos Roberto Felix Viana

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 10/09/2011
Reeditado em 14/04/2013
Código do texto: T3212373
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