Entre o dia e a noite
Quando um dia fui noite
E ansiei a madrugada
E foi o sol quem fez chegada
Arrebatando-me à açoite
Só crepúsculo e alvorada
Foram ápices desse afoite
Só no intervalo dia-noite
Pude tê-la enamorada
Reclinado à ma sorte
Somente ao meio termo
Do bálsamo a meu ermo
Soprava um vento forte.
Teu brilho flamejava o norte
E encontrá-la neste cerco
Um rastro de tempo que se mostre
No desejo do dia em beijar a noite
E a pouco condená-lo a morte
Pois se o dia nascia da noite
Já se via um novo acervo
Pois quanto mais claro vos era
Tão menos o escuro era forte.
E assim se sucede um apreço
De seu dia ao sul e minha noite ao norte.
Carlos Roberto Felix Viana