Embriaguez

Quando em teus lábios tomar

Um cálice fresco de orvalhos

E em tua garganta roçar

Como um frisson de gargalhos

Quando afiliar-se em teu corpo

E fizer de teus nervos frangalhos

Verá que a razão é um porto

Distante dos ébrios encalhos

E a embriaguez te dará poder

Perseverança em rir ou chorar

Desejo aguçado de ir ou ficar

Soberania para amar e sofrer

É quando tão pouco teus olhos vão ver

E teu coração muito menos sentir

É quando a inculta beleza irá se esvair

Pelos poros abertos perfumando teu ser

Em dominante sonolência breve dormirá

Num embalo mortífero, sarcástico, narcótico

Num sonho letal, fatalmente hipnótico

E acordará simplório sobre um mundo a girar

Carlos Roberto Felix Viana

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 07/09/2011
Código do texto: T3205730
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