Senhora
Alude-me senhora!
Contudo, não me ilude.
Acode-me por hora.
Contudo, não me incute!
Não me tenha de migalhas,
Contudo, verossímil banquete...
Não te farte a malha,
Nem de palha sou facete.
Senhora, triste senhora!
Não perca por mim à hora.
Contudo, não se vá embora,
Nem pasme por minha aurora.
Senhora de júbilo estridente,
Contudo, tez sibilante.
Quando afônica: contundente!
Quando prudente: cativante!
Não me negue teu abraço,
Contudo, não me sufoque.
Em teu ceio me invoque
Mil gracejos e afagos.
Minha senhora puritana,
De ímpeto nada clemente.
Por muito pouco reclama
Minha conduta imprudente.
Carlos Roberto Felix Viana