Senhora

Alude-me senhora!

Contudo, não me ilude.

Acode-me por hora.

Contudo, não me incute!

Não me tenha de migalhas,

Contudo, verossímil banquete...

Não te farte a malha,

Nem de palha sou facete.

Senhora, triste senhora!

Não perca por mim à hora.

Contudo, não se vá embora,

Nem pasme por minha aurora.

Senhora de júbilo estridente,

Contudo, tez sibilante.

Quando afônica: contundente!

Quando prudente: cativante!

Não me negue teu abraço,

Contudo, não me sufoque.

Em teu ceio me invoque

Mil gracejos e afagos.

Minha senhora puritana,

De ímpeto nada clemente.

Por muito pouco reclama

Minha conduta imprudente.

Carlos Roberto Felix Viana

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 29/08/2011
Código do texto: T3188509
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