Enfim
Quero tuas maçãs
Todas as manhãs
Ver tocar-me a fronte.
Num movimento sutil
Toda a raiva sumiu:
Foi voando ao horizonte.
Quero-te a boca macia,
“Beije-me!”, ela dizia
Sob o lábio inferior.
Uma marca tam singela...
Ah! E como és bela:
Tua boca, teu palor.
Ah! Quero tê-la!
Quero dizê-la
O quanto és apaixonante!
E creio não me lembrar
Do tempo que vi passar
Quando a vi ali distante.
Tu és do vale um belo lírio,
Aos olhos um colírio,
A cura ao ser doentio!
Peço-te: vamos à tarde
Beijar-nos sem alarde
Sob o clarão do céu anil!
Vi-te hoje num sorriso.
Deus! O que foi isso?
Delirei ao ver-te assim!
Ó beleza plena
Tua fronte é tam serena:
Vamos: Beije-me enfim!