Flor navegante

Que a luz soberana da manhã não tarde

E traga consigo resquícios noturnos,

Que ainda um orvalho goteje soturno

Na flor da face tão fina que arde.

Que flores de outono caiam por toda parte,

Mas a rosa-dos-ventos te dê direção.

Não temas por hora essa vil solidão,

Que o uivo do vento cantando é arte.

Que sejam teus olhos em meio à escuridão,

Faróis que te guiem segura a meu porto.

Que embalem teu sono aromas do horto,

Pois navega na noite contigo meu coração.

Que passem as trevas ao te verem passar,

Resoluta e objetiva do que está por vir.

E que léguas tiranas não ti venham zombar,

Pois chegarás simplória com tua face a sorrir.

Carlos Roberto Felix Viana

"Dedicada a minha amada esposa quando viajava 182 km todos os dias da semana para cursar a faculdade de ciências contábeis."

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 23/08/2011
Reeditado em 23/08/2011
Código do texto: T3176978
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