Esta noite, Tico-tico-NÃO-fubá!
Ante um olhar de plutônio,
Em face tosca e vadia,
Eu abstraia mnemônico,
As estampas da calmaria.
Enquanto serena dormia,
Eu gotejava pluviômetro,
Meu sangue filarmônico,
Regado ao balsamo da folia.
Vivia os inconscientes vestígios,
Duma noite cálida e macia,
E em meu peito tênues indícios
Dum carnaval de sonoplastia.
Dilacero virgens pomposas na coxia,
Enquanto ao lado jaz um corpo vivo.
Corpo de mulher desnudo e cativo,
Afrontando minha cólera com tua apatia.
Dos teus olhares plutônicos
Temo a mira e a destreza.
O que haverá em teu flanco afônico?
Encefálica caixinha de surpresas.
Seguimos na modorra desta noite sombria
Enquanto a loucura entoava liras cintilantes
Enquanto a febre ofegava razões delirantes
Minha sede pecaminosa e tua fonte vazia.
Carlos Roberto Felix Viana