Esta noite, Tico-tico-NÃO-fubá!

Ante um olhar de plutônio,

Em face tosca e vadia,

Eu abstraia mnemônico,

As estampas da calmaria.

Enquanto serena dormia,

Eu gotejava pluviômetro,

Meu sangue filarmônico,

Regado ao balsamo da folia.

Vivia os inconscientes vestígios,

Duma noite cálida e macia,

E em meu peito tênues indícios

Dum carnaval de sonoplastia.

Dilacero virgens pomposas na coxia,

Enquanto ao lado jaz um corpo vivo.

Corpo de mulher desnudo e cativo,

Afrontando minha cólera com tua apatia.

Dos teus olhares plutônicos

Temo a mira e a destreza.

O que haverá em teu flanco afônico?

Encefálica caixinha de surpresas.

Seguimos na modorra desta noite sombria

Enquanto a loucura entoava liras cintilantes

Enquanto a febre ofegava razões delirantes

Minha sede pecaminosa e tua fonte vazia.

Carlos Roberto Felix Viana

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 22/08/2011
Código do texto: T3176266
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