Debaixo do manto

Hoje minha existência reflete em um espelho quebrado

Vejo vestígios de meu ser, assolados pelo tempo

Olhos ofuscados pelas chamas de minhas angústias

Mãos castigadas pela ausência da carícia

Todas minhas esperanças pregadas em cruzes

Todos meus heróis, enterrados em buracos que eu mesmo cavei

Lembranças ardem minha memória

O sangue acomete-se em minhas veias

Lágrimas de perdão deslizam em minha face

Onde risos blasfemavam minhas virtudes

Injúrias corrosivas me levam ao nirvana

Abro meus braços de joelhos ao chão

Sob teu manto me abrigo

O fogo que cai dos céus não pode me ferir

Teu sopro apaga a chama de minha solidão

Tua presença traz a chuva que lava minha alma

Guilherme Moura
Enviado por Guilherme Moura em 22/08/2011
Código do texto: T3176156
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