Noite especial
Parado as margens da vida
Ao devaneio da noite serena
Ao balsamo da tenra morena
Pela alvura da lua embebida
Os olhos e corpos ao leu
Afáveis razões a deriva
Dois náufragos corações ao céu
Palpitavam a saudade contida
O estalar d’um ósculo selava
O que vozes por vezes cativa
Em frenético repúdio tardava
E na efervescência do amor se ativa
Expressando a vontade contida
Invadidos na madrugada febril
Nas mãos a pele sentida
No peito um amor juvenil
Parados então às margens da vida
Pertencemos bem mais do que a nós
Padecemos das árduas feridas
E vencemos a ira da saudade atroz
Carlos Roberto Felix Viana