As doze núvens
O som dos tambores me leva ao encontro
No alto dos montes vejo-me soberano
A Lua a meu lado fornece-me o poder
De joelhos, ergo meus braços aos céus
Deixo a chuva molhar minha carne
Vendavais correm enlouquecidos a beijar minha face
Sinto o júbilo dos trovões
Hoje torno-me senhor de meus deuses
Meus gritos ecoam pelos vales
Vejo anjos caírem dos céus
Anunciam o fim de minhas forças
Doze nuvens apagam a Lua
Caem os pilares de minha existência
Sinto o poder escorrer por meus olhos
Ventos amargos sopram meus ouvidos
Agora meu corpo desce pelos montes
Cada pancada é um erro cometido
Cada minuto me faz ficar mais longe dos céus
Minutos de glória, transformam-se em horas de sofrimento
Meu corpo repousa no silêncio, onde a vida se torna ausente