O que fora?
O que fizestes comigo, ó donzela?
O que fizestes p’ra deixar-me assim?
Tu és dos lírios o lírio, ó minha bela,
Qual feitiço lançastes em mim?
Quando o mundo eu olho, ó donzela,
Penso em ti comigo enfim!
E ao pensar na tua fronte, ó minha bela,
É um edênico momento, é sim!
Tu és a miragem, ó donzela!
A salvação do viajor ao fim
Da infinda jornada, ó minha bela,
Nos desertos co’a cor de marfim.
Os teus lábios de mel, ó donzela,
São um encanto, uma dádiva! Oh, sim!
Se soubesses o quanto os quero, ó minha bela,
Verias o que sinto por ti até o fim.
Por quê? Por que não podes, ó donzela,
Assim ficar tam perto de mim?
Tua beleza é qual a musa, ó minha bela:
Inspira-me a alma a escrever-te assim!
Oh! O que fizestes comigo, ó donzela?
O que fizestes p’ra deixar-me assim?
Tu és das beldades aquela, ó minha bela,
Que enfeitiça-me o corpo e a alma até o fim!