Um amor que não deu certo



Meu amor disse-me adeus, sem mais e sem porquê...

Matei a poesia e de seu corpo fiz mortalha
Retalhei o verso à navalha,de cada corte
Eu fiz meu suporte a sustentar toda insensatez
Proveniente da morbidez estática de todos

Adeus à inspiração que vive a povoar meu imo
Cadaverizei-me ante a hipocrisia...Sorri amarelo...

Carpideiras hão de chorar pelo leite derramado
Lágrimas de crocodilo que salgarão a bala
De canhão apontado para minh’alma de poetisa

Não pensem que esta morte é fugaz...
Tem tempo certo, definido nas leis de Moisés

Como resistir ao apelo da morte que me sorri
Alma e realidade caminham juntas, mas pelejam
Sobrando apenas o velho dito:_Rest in peace...

...na eternidade um outro amor espera-me...