Eu queria

É tão estranho

Não poder me aproximar

E saber do seu dia,

Não saber as coisas

Que te faz pensar

E parar diante do mundo,

Não fazer parte

De tua utopia...

Eu queria decifrar

O teu silencio,

Ouvir a voz do teu pensamento

E ser a hora

Que sentas

Sem nenhuma vontade de seguir...

Eu queria ser os sonhos

Que tens,

Aqueles que ressurgem

Nessas horas

Em que a perda se revela

Com todas as suas faces

Confabulando uma saída

Desse oceano de esquecimentos...

Eu queria ver

Teus delicados anseios

Emergindo das profundezas,

Contrários ao teu cotidiano,

Anuladores das tuas lutas,

Amargos ao teu sorriso fátuo,

Tuas essências,

As vozes da tua alma,

Aparentemente calma,

Aparentemente segura

Na correria dos teus passos...

Eu queria medir

O peso do teu tesouro

Separar os elementos do teu cofre

Entre leves e pesados,

Entre os que foram moldados

De tua matéria,

Tuas jóias mais valiosas

E os que te deram,

Os que aceitastes por pura educação...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 16/07/2011
Reeditado em 16/07/2011
Código do texto: T3098579
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