Prisioneiro da memória

Inserido na noite

Olho para o céu

E atrás das estrelas a escuridão

Eu me sinto sozinho

E me apego à brisa

E busco nela o teu cheiro,

Entre as tuas lembranças, a solidão...

Prisioneiro da memória

Eu me vejo em folhas

De um caderno do tempo

Esquecido de mãos

Onde está a poesia?

O que foi feito dos versos

Que numa tarde me disse

Que ia escrever

E que nele colocaria

O meu rosto olhando para o seu

Sem que pudesse

Compreender que força nos liga?

Desses temas elásticos

Que ultrapassam nossas vidas

E nos encontra noutras eras,

Buscando uma saída,

Um desvencilhar dos vestígios

Que sempre quiseram nos boicotar

Com suas armadilhas mortais...

Mas nós temos ciência

De que nos conhecemos

Porque nós sentimos

Em nossos corações

Uma força de amor...

Esse mar revoltoso

Que nos tolhe a coragem

Não há de nos controlar,

Porque é imenso o amor

Mais que os oceanos

Maior que nossos danos,

E pode mitigar nossa dor...

Prisioneiros da memória

Nós temos que nos libertar

Assim mesmo

Em nossa fraca união

Se nos dermos as mãos

Nós poderemos vencer,

E vencer é não ficar sozinho

Sentindo o vazio de nossa casa,

Da rua, de nossos corações...

Prisioneiros da memória

Nós temos um ao outro para sempre...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 15/07/2011
Código do texto: T3096888
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