Além do ponto.
Bati até minhas mãos doerem
Meu cigarro entre os dedos
Entre você e eu
Uma porta fechada
Campainha muda
Os vizinhos olham assustados pelas janelas
Um último grito é o que me resta
A garganta secou
O conhaque que eu comprei
Permance preso ao peito
Assim como a lembrança de nós dois
Há quanto tempo foi?
Vim desafiando tudo
Ninguém pode querer mandar
No meu querer
Num lugar onde todo mundo se mete em tudo
Onde fazer valer
Minha liberdade individual de escolher
O que eu quiser ser?
Se eu fosse bandido
Se eu fosse Juíz
Se eu fosse cantor
Se eu fosse atriz
Você correria de mim?
Me flagro te espionando
Quando canso de ser notado
Enquando eu penso em futuro
Você se distrai olhando pro lado
Seremos sempre longas conversas
Acharemos apoio frágil
Mas, ficaremos contentes
Tentam, pelo menos, tentam entender
Respeitar nem digo
É uma obrigação e não um motivo
Em qualquer rua te dar a mão
Sem me esconder do que sou
Para agradar aqueles que não
Me conhecem e que não têm o direito
Me dizer como devo agir.
Mas a sua porta continua fechada
Eu sento sem forças na calçada
E meu cigarro cai no chão
Sem nenhuma resposta
Vou embora
Rezando para que você
Decida apenas viver.