Além do ponto.

Bati até minhas mãos doerem

Meu cigarro entre os dedos

Entre você e eu

Uma porta fechada

Campainha muda

Os vizinhos olham assustados pelas janelas

Um último grito é o que me resta

A garganta secou

O conhaque que eu comprei

Permance preso ao peito

Assim como a lembrança de nós dois

Há quanto tempo foi?

Vim desafiando tudo

Ninguém pode querer mandar

No meu querer

Num lugar onde todo mundo se mete em tudo

Onde fazer valer

Minha liberdade individual de escolher

O que eu quiser ser?

Se eu fosse bandido

Se eu fosse Juíz

Se eu fosse cantor

Se eu fosse atriz

Você correria de mim?

Me flagro te espionando

Quando canso de ser notado

Enquando eu penso em futuro

Você se distrai olhando pro lado

Seremos sempre longas conversas

Acharemos apoio frágil

Mas, ficaremos contentes

Tentam, pelo menos, tentam entender

Respeitar nem digo

É uma obrigação e não um motivo

Em qualquer rua te dar a mão

Sem me esconder do que sou

Para agradar aqueles que não

Me conhecem e que não têm o direito

Me dizer como devo agir.

Mas a sua porta continua fechada

Eu sento sem forças na calçada

E meu cigarro cai no chão

Sem nenhuma resposta

Vou embora

Rezando para que você

Decida apenas viver.

Diana Sad
Enviado por Diana Sad em 12/07/2011
Código do texto: T3091111
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