DESTE AMOR

Por te pensar, em sonhos não te desmerece,

aqui, onde tudo é irreal, jaz e fenece…

só tu, meu amor, os dias me alumias,

trazendo-me à mente, luxuosas fantasias.

Por te sonhar, em luz, são feitos os meus dias,

que não sequem as fontes, onde te sacias…

luxuriantes jardins onde descanso,

meus ocasos, junto a um ribeiro manso.

Que não haja desafectação, na orla da lembrança,

e que meu ser em desalinho, às naus dê esperança,

para encontrar o caminho de volta a ti,

navegando mares, há muito desenhados por mim.

Reconheço o teu rosto, de deusa… seu manancial,

de mim, desconhecido, a ilusão imortal…

doutros tempos, em que fomos felizes,

sem algozes de desterros nem ferinas cicatrizes.

Ao ópio do ócio, que é meu ser, levantei o pendão,

bandeira esvoaçante, içada pela tua mão…

e em eras de eras, real amor se achou,

onde o barco, antes perdido, no agora se encontrou.

Ah, quem me dera, aqui, teu ser primeiro,

de róscido madrugador, afugentando o nevoeiro…

que minha alma aglutina em ascensão,

onde em mim eu seja poiso, guardando-te o coração.

Jorge Humberto

05/07/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 05/07/2011
Código do texto: T3076656
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