AMOR CATIVO

O ter-te assumido amor é meu encanto,

guardar-te nas mãos e no coração é divindade,

foge de mim todo meu cativo espanto,

quando contigo me acho em espontaneidade.

Quando te vejo, meu olhar, enfim, se encontra,

serena presença, que me faz esquecer

a agrura da vida, que aqui e ali desponta,

e que tu, com teu amor, não deixa prevalecer.

És a minha segurança, nos dias mais escuros,

em que o silêncio plangente me atormenta,

a vida pode tornar-nos muito duros,

quando aquilo que temos, não nos sustenta.

Diria de ti, que és a minha sustentabilidade,

a liberdade, que não requer, aqui, contradição,

meus dias são de pensar-te, e na tua sensibilidade,

assim como no teu tão almejado coração.

Por saber-te, a felicidade contraria o frio,

que às vezes me assola, despudoradamente,

e eu vejo da janela o desprendimento do rio,

que percorre livre, buscando o ocidente.

Amada mulher, meu aconchego eterno,

meu pensamento e meu coração são contigo,

no teu gesto lúcido, pensado e terno,

és a alvura das madrugadas, para comigo.

Não me deixas cair nem sofrer influências vãs,

sempre um conselho em cada palavra,

e passam por mim as mais lindas manhãs,

que o sol a horizonte, continuamente lavra.

Serei teu com toda a fidelidade e acuidade,

figura constante, apesar de distante,

da minha boca só ouvirás a restrita verdade,

quando contigo estiver, far-se-á o instante.

Jorge Humberto

20/06/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 20/06/2011
Código do texto: T3046394
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