Jardim das ilusões
No jardim das ilusões, aromas se misturam
Trazem à mente, pensamentos pecaminosos
O paraíso é assombrado pelo desejo
A pureza dá lugar ao prazer
A luxúria demonstra toda sua criatividade
Envolve o corpo num abraço mortal
A vida escorre junto ás lágrimas
A existência se encontra em seu último ato
Deixe-me mentir
Dizer que a vida foi repleta de sorrisos
Que a rejeição esteve distante do meu ser
Que paixões vividas não profanaram a alma
Deixe-me acreditar que existe a eternidade
Que em minha passagem, formou-se um concerto harmonioso e belo
Deixe-me pensar que obtive êxito em tornar-me um deus
Não permita que o tempo se despeça de mim
Partirei ao paraíso
Onde em seus doces braços repousa a morte
Onde navegarei pelos mares de veludo negro
Aqui repousarei na noite sem fim
Bebo o último gole de veneno no cálice
Decretando o fim de minha amarga história
Resta conformar-me com o que o tempo me oferece
Terra, pó e um túmulo silencioso
O sol se apaga, a escuridão impera
Montanhas se desfazem cansadas de pintar o rosto de um homem morto
Os sinos do funeral tocam suavemente
Serão a voz derradeira de minha existência. Agora estou em paz