Jardim das ilusões

No jardim das ilusões, aromas se misturam

Trazem à mente, pensamentos pecaminosos

O paraíso é assombrado pelo desejo

A pureza dá lugar ao prazer

A luxúria demonstra toda sua criatividade

Envolve o corpo num abraço mortal

A vida escorre junto ás lágrimas

A existência se encontra em seu último ato

Deixe-me mentir

Dizer que a vida foi repleta de sorrisos

Que a rejeição esteve distante do meu ser

Que paixões vividas não profanaram a alma

Deixe-me acreditar que existe a eternidade

Que em minha passagem, formou-se um concerto harmonioso e belo

Deixe-me pensar que obtive êxito em tornar-me um deus

Não permita que o tempo se despeça de mim

Partirei ao paraíso

Onde em seus doces braços repousa a morte

Onde navegarei pelos mares de veludo negro

Aqui repousarei na noite sem fim

Bebo o último gole de veneno no cálice

Decretando o fim de minha amarga história

Resta conformar-me com o que o tempo me oferece

Terra, pó e um túmulo silencioso

O sol se apaga, a escuridão impera

Montanhas se desfazem cansadas de pintar o rosto de um homem morto

Os sinos do funeral tocam suavemente

Serão a voz derradeira de minha existência. Agora estou em paz

Guilherme Moura
Enviado por Guilherme Moura em 08/06/2011
Código do texto: T3022707
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