Da varanda, vejo amor...


Debruçada sobre o balaústre
Percebo mais do que a paisagem
Algo penetrante, um sentir ilustre
Que chega a mim pela fresca aragem

Além da vista, a água pura e mansa
Desperta emoção doce e profunda
O coração sossega e por hora descansa
Ante o amor que minh’alma inunda

O verdejar do campo amplia-se
Numa mágica atmosfera de cor
A passarada na árvore aninha-se
Esperando um sol cansado se por

Eu sou parte desta natureza viva
Mais do que corpo há sentimento
Sou dali, agora, expectadora cativa
Da varanda, vejo amor sem tormento


Imagem:
Óleo sobre tela de Denise Severgnini_"Vista da Varanda"