O AMOR E A DOR
O amor e a dor
são companheiros constantes,
sempre podendo serem vistos,
braços dados com o prazer,
em busca de emoções intensas
e desmesuradamente perigosas.
Quando um ou outra se ausenta,
o que restou só, se ressente
e se põe a chorar,
esquecido de quê, isso de brincar
com fogo, à beira do precipício,
é empreendimento por demais arriscado:
caminho eivado por aracnídeos e ofídeos
que bailam, nada serenos,
à espera de incautos
para lhes doar
doses maciças de mortífero veneno.
O amor e a dor,
esquecidos de tudo, na vida,
foram jantar fora,
apesar de fora de hora,
quase madrugada,
num pé-sujo da Rua da Lapa,
onde comeram frango à cubana
acompanhado por vinho barato,
até que raiou a manhã de domingo
e o sol, ainda que indeciso,
dissipou todas as ilusões.
- por JL Semeador, em 14/15/maio/2011 -
Paz demais.