Uma vez, um dia...

Uma vez, um dia...

Talvez você não recorde

nem eu posso recordar

mas uma vez, um dia

talvez o mesmo destino

que bebeu água na sua aldeia

tenha dormido na minha sala

não sei como lhe agradeceu

mas pela noite de sonhos

ao sair bem cedinho daqui

me disse que eu ia ter sede

e água de saciar coração

só existia na sua aldeia

na moringa de sua boca

no leito desse seu corpo/rio

mas jamais quis acreditar

até chegar uma estiagem

somente na minha existência

e ter que sair por aí sedento

em buscar da fonte no teu olhar.

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertao.blogspot.com