ENQUANTO NOS AMAMOS

Tua alma pura e magnânima

teu olhar sereno e pacificador

é tudo aquilo que me anima

deste exaltante amor.

No teu rosto o meu rosto

olhos nos olhos a perderem-se

tão mais suaves que mosto

quando se decidem a renderem-se.

No silêncio desta sala deslumbrante

teu corpo no meu corpo

revela-se fascínio durante

a sua rendição no meu porto.

Ouvem-se passos nas escadas

enquanto cá dentro nos beijamos

jogamos fora lanças e espadas

rendemo-nos quando nos entregamos.

Tudo é silente na manhã orvalhada

pássaros esvoaçam de cá para lá

e a gente na rua tresmalhada

dormindo vai daqui para acolá.

Na casa do nosso amor as janelas

estão abertas para o fora

para se saber o que é delas

tem de se viver para o agora.

E assim nós vivemos para o hoje

sem passados nem futuros advir

e quanto mais se faz longe

mais nos amamos sem porvir.

Por fim nos abraçamos no ato

decorrente de nossa entrega

e sem um qualquer aparato

eu lhe digo que gosto dela.

E ela sorri só para mim então

com um sorriso bem aberto

e diz-me que o meu coração

pelo dela está assaz coberto.

Jorge Humberto

06/05/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 06/05/2011
Código do texto: T2952770
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