ÂNSIA DE TI

Travo a minha ânsia de ti

deixo-me empolgar devidamente

passo as tardes no jardim

esperando que tu venhas solenemente.

Não caibo em mim de tão contente

que exacta espera te trará

e eu visto-me merecidamente

que o meu peito te acolherá.

Virás de seda vestida e influente

deixando-me louco de desejos

não serei nunca teu concorrente

nem terei aqui tais ensejos.

Em silêncio vejo-te chegar demoradamente

e eu fascinado não paro de olhar

chegas como que num repente

de mim fazendo-me olvidar.

Vens linda como uma deusa tolerante

para junto de meus pés sentado

e um beijo levas adiante

que nos meus lábios é concertado.

Deitamo-nos na nossa humilde cama

com lençóis espalhados pelo chão

e onde à o amor não à o drama

ao longe o bater de um coração.

E quando em extasie nos tomamos

corpos colados um no outro

para trás de nós tudo deixamos

e seremos o nosso próprio porto.

Amanhece com o sol na janela

e os pássaros loucos vêm nos espreitar

na sublime nudez que é dela

no beijo que pelo seu corpo eu vou espalhar.

Jorge Humberto

05/05/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 05/05/2011
Reeditado em 06/05/2011
Código do texto: T2950963
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