AMOR DUVIDOSO

Desperto sobre um palco como coadjuvante,

entres brumas e envolvida em uma túnica.

Presa a devaneios desconcertantes;

descubro que não sou a única.

Não fui alcançada pelo corrosivo ciúmes.

Nao desfiz de minha natureza humana.

Em tua pirâmide, jamais estive ao cume.

Sempre a mercê de tua vontade insana.

Volto ao palco onde esse amor encena.

Para receber o castigo que não me é devido.

Transcorre em minha pele como sentença,

a dúvida de ter ou não um amor dividido.

Sou julgada sem nenhum mérito,

sob as asas do teu discutível direito.

Ainda possuo um olhar intrépido,

quando o vejo em braços alheios.

Em teus braços finjo não saber,

a dona do perfume, ora exposto.

Incrustado ele mancha sem querer,

a imagem de um amor um tanto duvidoso.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 29/04/2011
Reeditado em 05/05/2011
Código do texto: T2939132
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