AMOR DUVIDOSO
Desperto sobre um palco como coadjuvante,
entres brumas e envolvida em uma túnica.
Presa a devaneios desconcertantes;
descubro que não sou a única.
Não fui alcançada pelo corrosivo ciúmes.
Nao desfiz de minha natureza humana.
Em tua pirâmide, jamais estive ao cume.
Sempre a mercê de tua vontade insana.
Volto ao palco onde esse amor encena.
Para receber o castigo que não me é devido.
Transcorre em minha pele como sentença,
a dúvida de ter ou não um amor dividido.
Sou julgada sem nenhum mérito,
sob as asas do teu discutível direito.
Ainda possuo um olhar intrépido,
quando o vejo em braços alheios.
Em teus braços finjo não saber,
a dona do perfume, ora exposto.
Incrustado ele mancha sem querer,
a imagem de um amor um tanto duvidoso.