UM VIOLÃO E UM POEMA AO CAIR DA TARDE

A tarde cinzenta

finda-se em acordes de violão.

A lua, sempre à espreita,

antecipa, lentamente, a escuridão.

Enquanto a noite

não vem, de todo;

enquanto a hora não é sete,

eu venço o medo

e escrevo versos,

engarrafados no trânsito,

que saem dos meus vãos escuros

e dos meus invisíveis porões.

Mas, enquanto o violão insiste

em preencher de sons

o declínio do dia,

eu também insisto

em não ser triste,

em flutuar rumo

aos teus sobretons

e ao teu olhar,

que na ausência do Sol,

só pra noite contrariar,

o poente incendeia.

- por JL Semeador, em 25/04/2011 -

jlsantos
Enviado por jlsantos em 26/04/2011
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