Foto - Feitosa dos Santos

AMOR A CARNE DA ALMA
 
Não lhe corte a carne da alma,
Com o fio da palavra insana,
Não deixe nele cair à guilhotina,
Ainda que, haja este sido sacana,
Se ”este”; é eu, tu, você e ele,
Um só, porque somos iguais,
Embora diferenciados em atos,
Nos banquetes, os mesmos pratos,
Contudo, diferentes nas iguarias.
Para uns, noites, para outros, dias,
Há ainda a sombra constante,
Daquele que se pôs errante,
No afã aos louros e galhardias.
Não lhe corte a carne da alma,
O amor apraz, sutilmente acalma,
O tosco fio da palavra insana.
Ao tempo ela haverá de enferrujar,
Se guiarmos a nossa viva alma,
A intensa luz do verbo amar.
 
                  Rio, 26/03/2011
                Feitosa dos Santos