NA SUAVE BRISA DA TARDE… NÓS

Na suavidade de uma brisa serena

em teu rosto pousa sua mão

e minhas mãos na tua pele amena

sentem o vibrar da dúctil emoção.

As árvores sibilam alegres canções

mostrando o inverso das flores

que nos jardins são como corações

das mais ilustres variadas cores.

E os pássaros cantam à passagem

e nós vamos pelo vento e friagem

que a tarde ensandeceu e esfriou

pelo ilustre caminho que nos levou.

Vamos de passeio simples adorno

e ansiamos pelo desejado retorno

à brisa de há pouco com dedicação

para que entremos em meditação.

Mesmo ao lado de um rio um tanto

revoltoso resolves ir para um canto

e estendendo uma toalha no chão

atrais-me delicada para a tua mão.

No teu bem-querer a brisa envolveu

de novo nossos corpos e tu e mais eu

beijamos-nos ao sol que transcende

o nosso desejo que eis ele pretende.

Na tarde excitante que nos abrange

no calor irradiante nada constrange

nossa vontade de água e o novo rio

apronta-se a receber o nosso desvio.

Banhamos-nos os dois como crianças

mantendo vivas todas as esperanças

de numa nova tarde voltarmos aqui

trazendo sândalos e o lindo jasmim.

A horizonte já escurece as mil fontes

tomando rumo descemos os montes

e de volta a casa eu aliso-te os cabelos

como se tratassem de fios dum novelo.

Jorge Humberto

25/03/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 25/03/2011
Código do texto: T2869971
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