SE TE PEÇO, AMOR

Se te peço que me olhes, dás-me as estrelas,

para que eu possa vê-las;

e eu subo ao imenso céu, mãos dadas contigo,

e nunca me sinto sozinho.

Se te peço que me sorrias, dás-me intenso sol,

e na lapela um girassol;

e eu busco nos jardins, levando a tua sombra,

os rastros de uma pomba.

Pomba da paz, se te peço, és tu quem me dás,

cabelo ao ar, comigo atrás;

revisitando estradas, granjeando longe o mar,

para que te o possa dar.

Se te peço carinho, então tu dás-me o teu colo,

aí onde um beijo meu rebolo;

e eu feliz, procuro, em afã, teu corpo feminino,

para te dar o meu, de menino.

Se um segredo me contas, eternizo-o em mim,

e – sabes – só te o direi a ti;

e quando um silêncio cavernoso te fizer chorar,

eu hei-de (contigo) lá estar.

Se te peço um abraço forte, ainda que a soluçar,

no peito se dará, o que é de dar;

e limpando tuas lágrimas, acariciarei o teu rosto,

melífluo correndo como mosto.

E, assim, pedidos feitos e concretizados, ao fim

e ao cabo, estarás junto de mim;

e eu saio por momentos, entregue à lembrança,

que és tu, toda a minha esperança.

Jorge Humberto

18/03/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 18/03/2011
Código do texto: T2855743
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.