MADRUGADAS CLANDESTINAS
Cantos cativantes soam entre os muros da cidade,
Enquanto tochas ardentes iluminam as ruas escuras,
Nos seus encantos, tudo me dilacerando a alma
Nesta noite quente de sonhos e calor avassalador
A musica, alegria e o amor juntos nesta multidão,
Numa mistura exuberante de insistente torpor voando
Entre sedas, cetim, laços, tafetás e véus sem fim,
As muitas faces escondidas trás máscaras e enigmas
Leques rendados abertos, mistérios detrás do disfarce,
Velando labios fugosos e ofegantes em santa alucinação,
Mil e uma fascinação no olhar, um convite ao enlace
No antro da mais pura sedução desta noite Veneziana
Meus olhos perdidos, brilhantes, respiram fascinados
Sob o feitiço da musica desta surda e quente ousadia
Que me envolvem em sua atordoante e nua magia
Quando a tua subíta presença se insinua em mim
"Anima mia", sussuro leve, arrebatador contra o ouvido,
Enquanto a boca atrevida se move em sutil lentidão,
Me alucinando e lentamente despertando esse louco ardor
Causado por as tuas mãos descendo sob o fogo da seda
Tua enigma desmedida e tão conhecida fica perdida em mim
Enquanto tua voz me sussura mil delírios e doçuras sem fim,
E nossas mãos e bocas imploram por mil beijos e desejos
Unindo nossos corpos ofegantes nos laços da fiel sedução
São noites destemidas como estas e madrugadas clandestinas
Que disfarçam as paixões a flor da pele e amarram corações,
O tudo na tua mão presa na minha, nós correndo pelas ruas,
Sem qualquer sentido e rumo, apenas saciando o nosso ardor
"Eu e Tu, perdidos e eufóricos na madrugada Veneziana,
Unidos neste louco torpor de almas saciadas de amor
Ao som de uma suave melodia vindo da praça de San Marcos"
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Salomé
"Novo Amanhecer 2011"