Minha paz
Eu estou doente
Com qualquer coisa eu me comovo
Tenho ciência, todo dia é diferente,
Uma oportunidade pra muita gente,
Mas pra mim não há nada de novo
Eu estou a gritar
Sinto-me no gume do descontente
Tenho profundos abismos no olhar
Uma amarga relação com o verbo amar
Somente a desventura me é pertinente
Estou a fenecer
Sou um Ente sem definição, um sem Lá
Poço de aflição, uma boca a se morder...
Cada parte de mim é uma chama a arder,
Um encontro com o nunca se encontrar
Por isso, mas não só, mas por muito mais,
Queria, antes de Partir, encontrar Você
Para uma vez inspirar tua áurea, Te dizer
Que, se pudesse, você teria sido minha Paz,
E eu não teria sido a sinonímia do Sofrer...