Amo-te e quero muito te amar
Para além das horas nuas e surdas!
Não sei exatamente o que sentes,
Quando a mudez te abraça por dentro,
Mas sei o que sinto
Porque o vivo e sofro visceral!
Meu amor por ti é real,
Pusilânime, rústico, revolto...
Mesmo eu vivendo mais no mundo virtual,
Ao largo do fecundo luar de lua cheia,
Dizes que pouco falo contigo,
(soubesses tu quantas preces me castigam a alma!)
Mas eu te quero como meu abrigo
E como arquétipo do sonho que revolteia em mim!
Sou tua mulher, e eu te amo
Mais do que o olhar mostra ou a boca diz!
Não é o computador que eu chamo
Quando desprendo a enxurrada das palavras...
O que lá procuro é poesia
Que me impulsiona para ser ainda mais tua!
Tu não compartilhas de minha magia,
Nem ousas comigo saborear o aroma dos vocábulos!
Mundo é o das palavras, dos versos,
Das conjunções figurativas e das emoções...
Vivemos em paralelos universos
Entre o sonho e o ser hedónico, complacente,
Mas com estradas vicinais,
Macadamizadas, muralhadas, circunvaladas,
Que se encontram nas encruzilhadas
Dos destinos sem projecto, ocasionais!
Como diz uma velha canção:
(Ah, meu amor, que canção sofrida!)
“Se há ciúmes é porque existe amor”,
(E como é tão comovente a vida!)
Mas acima do ciúme, está a confiança,
A certeza de que vale a pena teimar,
E esta, tu podes estar certo,
Como certo estás de que é preciso respirar,
Meu amor está de ti sempre perto!
(Sente-o no sereno e na vastidão do céu aberto!)
Nunca te esqueças que,
Ainda que te doa a perplexidade e a dúvida:
_ Morro de amor por ti!
(Por dentro do suor das palavras que nunca escrevi!)
Texto normal> Denise Severgnini
Texto negrito> Paulo César
11.Mar.2011