Vento soprando segredo

Vento soprando segredo

E talvez saiba mesmo

da minha angústia e solidão

da minha tristeza e teimosia

dessa imensa desilusão

dessa cor da noite no dia

porque deixei a janela aberta

escancarei a porta inteira

não permiti nem cortina nem véu

e tudo para que o vento passasse

e você rapidamente soubesse

que não finjo sofrer nem sentir

nada escondo ou procuro fingir

o sofrimento que rasga o peito

o vazio que se derrama no leito

e a vontade de beijar uma face

tão verdadeiro e sem disfarce

só que o vento passou e não viu

quem havia saído de casa

quem dobrou a esquina e se foi

quem agora o meu peito arrasa

quem é a mulher do segredo

que ele soprou sem saber

que era outra e não você.

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertao.blogspot.com