AMAR ATÉ DOER E CRER

O amor, que, silencioso, traz-me ao pranto,

a mim, que de não o saber, já chorei tanto,

porque ora é amor, ora amor, ele já não é,

enxugou-me lágrimas, sempre pelo meu pé.

A muito já me resignei, verdades roubadas,

convertidas em mentiras, ou transformadas

em vãs palavras do algoz que me quis preso,

que, por usar da franqueza, julguei sair ileso.

Se assim, bem o julguei, pior, foi a sentença,

que, sem que nada o fizesse, tive a descrença,

de quem disse me amar e juras me prometeu,

de um amor nobre, que, também fosse meu.

Mas, a mim, que sou pobre, o direito a amar

não possuo, inda que húmil, o possa chamar,

porque me doo sem reticências, e, me puno,

como um voltar ao passado, logo me desuno.

Jorge Humberto

02/02/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 02/02/2011
Código do texto: T2768057
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