Noite escura

 

 
Noite escura, longa, sem fim,
Onde andará quem eu amo,
Quem tanto me fez sonhar...
 
Noite escura, será que ele pensa em mim,
Que ainda traz na lembrança,
Os nossos doces momentos.
 
Noite escura; à sua sombra me deito
E sonho com o meu amor,
Que eu quero tanto encontrar.
 
Noite escura, do sempre,
Que levou quem eu tanto quis,
Devolva-me o meu amado.


O sol já está nascendo no horizonte,
Outro dia vai chegar.
E mais uma vez estou só, sem meu amor.
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Luiz Vila Flor


 
ESTRADA NOTURNA


Em noites de breu,
Quando as nuvens baixas
Abaixo da lua, das estrelas,
Tornam o negrume medonho,
As estradas parecem sem fim
E sem curvas.
É isto que percebemos,
Somente uma reta,
(No plano cartesiano)
Equação de primeiro grau:ax+bx+c=0.
E o silêncio?
Denso, repleto de freqüências
Que nos fazem sentir,
Desconfiados, os sons
Irrompidos de nós mesmos,
Não da matéria, muda,
Mas do extra-físico,
Pura energia,
Reverberada na negridão
Da noite alta.
O vôo do bacurau
Na faina noturna da caça
Ou o pio agudo
Da coruja-branca
(a rasga-mortalha),
Que na torre escura
Se fere ou se acasala,
Nos deixam pálidos
Na noite negra,
De longas retas
E silêncio profundo.

Que belíssima inpiração poeta, parabéns...Amei sua interação, muito obrigada de coração por se inspirar nos meus simples versos!