Aquele Encontro
Um final de tarde qualquer,
Olhos nos olhos, foi esse o encontro,
Ao redor tudo se rendeu, nem um barulho sequer,
As borboletas batiam suas asas no estômago.
A boca secou e logo depois umideceu,
O desejar da outra boca que ali estava,
A Língua se reteve, não se atreveu,
A palavra foi contida antes de ser pronunciada.
Me lancei no teu olhar,
Morria pra dentro de ti,
Ou será que vivia de forma ocular?
Teletransportado pra fora de mim.
Que ânsia essa que me toma,
Minhas mãos estão suando,
A paixão, meus sentidos inflama,
Acabei de forma breve, me apaixonando.
Um renascer que se fosse morrer,
Valeria cada findada morte vivida,
Amando este segundo impossível de esquecer,
O rosto demonstrava feição empalidecida.
Não precisa dizer nada,
Esse momento não necessita palavra,
Estou lhe sentindo sem tocá-la,
Vai além de vulgaridades imaginadas.
Se eu disser que te amo,
Dirão que enlouqueci,
Amor à primeira vista, por enquanto,
Talvez seja vista ao primeiro amor que tive.
Deixei quase escapar um suspiro,
Detive a empolgação,
Transbordo no olhar absorvido,
Sou tomado de emoção.
Posso medir você a cada batida do coração,
Ir e vir com sua permanência entre hiatos,
Me revelo sem qualquer moderação,
Todo seu por livre desejo, assim eu faço.
Vá e não olhe pra trás, deixe a lembrança,
Não faça como Orfeu, minha amada,
Sejamos esse momento eterno e um amor que morre criança,
Tendo o tesouro incorruptível de uma paixão velada.