MAGNÓLIA

No meu peito aberto, magnólias

e nardos; mais as rosas

esquecidas, no teu regaço aberto,

não por acaso as deixei lá devidas,

comigo aqui por perto.

De pétalas cubro o teu sono,

que eu desvendo, brincando

com os teus sonhos, de cá para lá,

e de lá para acolá,

como que levitando.

E acordado em mim, ciente de

minha postura, teu corpo desvendo,

pelo toque suave de minha mão,

que tem cheiro a terra e desfolhada,

e é um rito qualquer, de antemão.

Acordas; sorris; e voltas a adormecer,

na quietude da noite branda.

Fecho as janelas e, deitando-me,

a teu lado, sopro-te um beijo,

de roupa te cobrindo, ajeitando-me.

Jorge Humberto

06/12/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 06/12/2010
Código do texto: T2657123
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