Olhai-vos

Olhai-vos de todos os ângulos, a vida que se dissipa

em prol da doença da alma

Sucumbi a essência humana

Olhai-vos do mais alto monte, na sebe em que mora a existência

Inclina tua cabeça, e veja-os a teus pés

Na noite gélida, olhai-vos até o fim

Olhai dentre a multidão, o manto materno aquecer sua cria

A lágrima doce, daquele que cai sobre a terra

Olhai-vos cair um a um

Olhai a chama do abandono, ardente em seus corpos

Olhai sobre a fossa de tua glória

O mérito se vai entre o sangue que escorre

Olhai-vos a cada instante

Olhai o céu avermelhado, sorrir como lábios rubros da mais bela dama

Enxuga tua própria lágrima, derivada do arrependimento

E cai sobre a terra

Banhado, no sangue do teu povo

Por uma vez; cala-te e espera

Vê teu Império ceder sobre tua cabeça

E suplica, por tudo o que não foi capaz de oferecer

Sente a lança rasgar teu peito

Olhai-vos agora, com tua face ao chão

Estende tua mão ao fim, e vai

Na trilha de um corpo sem vida, se faz sua última marca

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Guilherme Moura
Enviado por Guilherme Moura em 01/12/2010
Reeditado em 01/12/2010
Código do texto: T2647115
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