Penúmbra

Na companhia do silêncio , o Anjo bate à porta da minha alma

Resgata-me da solidão

Agora suporto sua presença eterna

Pertenço á Ele , me torno servo do improvável , da noite

Na noite , enxergo a verdade

Oculta na mentira , que brilha na luz do dia

Me vejo

Pálpebras estão descidas , e as mãos , em cruz sobre o peito

O medo é inexistente , não me afeta mais

Coloco-me entregue à sua decisão

Encontro-me em ruínas sombrias

Onde a única luz é a da Lua , que brilha em piedade à minha pobre alma ....

Futuro , não sei se o terei

Presente, suporto a dor de vivenciá-lo, e lamento por não ser ele o Futuro , que não haverá para mim

Passado, onde me torno refém da culpa , o responsável pelo triste fim da esperança

Pelo insaciável começo da agonia

De frente para Ele , derrotado por meus erros e acertos

Olha-me friamente , com seus olhos rubros de sangue

Seu sorriso mórbido , demonstra a vontade de me possuir

Minha sentença será dada

A porta das profundezas está aberta Me aguarda , para que eu entre e fique para sempre em Seu poder

Mesmo sendo quase impossível , pois aparentemente não há mais tempo

Sinto que pode me salvar , esperarei atentamente....até à última badalada

(comente após ler)

Guilherme Moura
Enviado por Guilherme Moura em 29/11/2010
Reeditado em 29/11/2010
Código do texto: T2643258
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