O MAIOR AMOR DA MINHA VIDA
Ele nunca teve nome nem sobrenome.
Nem existiu de fato. Não sei.
Nunca soube.
Mas, em meu poetar,
se vestia de cores lúdicas.
E ouvia Bethoven e Bach.
Recitava Carlos Drummond.
Cecília sabia de cor.
O maior amor da minha vida foi...
foi...foi viver.
Viver assim, esses mares de doces ondas.
Essas brisas de cheiros.
Essas matas de verdes seres.
Essas lutas contra moinhos...de vento.
Esses beijos em cascavéis de luto.
É quase imposível beijar a morte.
É quase inverossímel alcançar a sorte.
Viver as verdades quase todas mentirosas.
E as saudades de quem nunca veio.
O maior amor da minha vida
nada tem a ver com o amor que vive em entretantos.
Ele tem a essência do nada. E tudo que nele vive
é a vida em seu conteúdo maior.
Como um buraco negro que engole estrelas.
Pura energia. Pura poesia.
Melhor sonhar...que vê-las...