veredas

é estranho ver por que veredas meus olhos conduzem meus estímulos

ainda não convertidos em anseios.

o corpo dessa que olho agora através do espelho

é como se tão distante de mim estivesse.

tive minha seiva dentro dela, a dela escorreu em mim,

há uma luta para que essas marcas não desapareçam.

ela dorme e talvez sonhe com o prolongamento desse estúpido orgasmo

casa, filhos, contas para pagar.

olho para ela, decúbito dorsal,

o guerreiro se ergue na espada,

mas o coração ainda aponta para uma misteriosa penélope

tecendo armadilhas que me afastam mais.

o espelho se transforma, vejo-me sobre ela,

a libido para estrangular o coração,

dá dois tapinhas no chão, pede água,

se resigna.

ela acorda com a chave na ignição,

volta ao mundo como ágrafa,

desperta sussurros de um mundo que ainda não tem explicação.

jeferson bandeira
Enviado por jeferson bandeira em 10/10/2010
Reeditado em 16/05/2013
Código do texto: T2548096
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