Eu, Eu mesmo e Fernando.

Desculpe-me,

Ontem, não sei ao certo,

Liguei teu número.

Deixei chamar, era tarde...

Quantas vezes ainda,

Não sei, é retórico,

Vou chamá-lo,

Sabendo que você não pode atender.

Todos os dias,

Menos aos feriados

E, também, sem mentir,

Nos domingos pela tarde,

Penso-te.

Queria poder saber,

Mas quantos infinitos!

Cansei-me de ligar,

Chamar, não ser atendido.

Você, por mais que tente,

Está longe, não eu,

Mas você, quem sabe eu também,

Não, quem tenta sou eu,

Mas que ele tente, é estranho.

É divertido,

Para quem está aqui,

Mudando, rezando, mudar as ordens,

Quem sabe de frases,

Que mais estão para vidas,

Sem nada, quero a ordem,

Mas as mãos, hoje brancas de cera,

Refletem aquilo, que mesmo sendo hoje,

Ainda que diferente, parte de meu ser,

O que era em outrora.

Hoje, não mais que hoje,

Quem sabe eu diga, amanhã,

Mas eu não vou, irei.

Vou chegar, vou embora,

À um lugar diferente,

Daqui, não quero mais,

Quem sabe melhor, quem sabe pior,

Este lugar podre, inerte, sem nada,

Degradado em ou com minhas próprias loucuras,

Perco-me no meio de suas vírgulas,

Inverta teu rumo,

Fico.

Mas eu quero cantar,

Ligo a TV, quem sabe lá,

Eu vou chorar,

Ache talvez algo em mim.

Perdido? Não sei ao certo,

Quem sabe?

Para onde vamos?

Quem sabe ao certo?

Não disse? Eu sei que vou,

Mas quero ficar, sem idas, vindas,

E talvez, não mais que talvez?

Fiquemos aqui, o que acha?

Fica, eu vou.

Mas se quiser, posso ir?

Quem sabe exista o fim,

Não seja tão infantil, não pense assim,

De um lindo arco-íris.

Segue? Se quiser...

Vamos então, só que antes eu tenho que ligar,

Preciso ter certeza, a vida nos espera.

Certezas? Mais? Absolutas?

Onde já viu, não seja cruel,

Uma certeza, olha que eu disse, não absoluta?

A morte, inconstante certeza do homem,

Não que seja algo para ser ressaltada,

Mas talvez mereça destaque,

Quem sabe eu pague, pague o que?

Não é absoluta.

Então, chega?

Sim. Separados?

Melhor juntos, assim não nos perdemos,

Pode ser? Pode.

Vamos?

Além dele,

Aquele com cores, cheio de fins,

Aquela grande certeza não absoluta,

Diferente do resto,

Existe algo?

Não sei. Vai ver.

E você? Espero você voltar...

Sem chorar? Claro.

Mas posso amar? Só se for o mar.

"Leiam minha apresentação: http://www.recantodasletras.com.br/cartas/2394709"

Le Vay
Enviado por Le Vay em 30/09/2010
Código do texto: T2530447
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