Estrada

Procurei tal detetive

Pelas ruas, pelas praças

Em muitos bairros onde estive

Seu paradeiro, por onde passas...

Mas nem teu cheiro sobrevive.

Procurei tanto, a todo instante

Alguém como você

Achei até, alguém semelhante

Mas que não iria saber

Se ajustar com o meu sonho

Nem trilhar nenhum caminho

E vim parar na realidade,

E tenho então andado sozinho.

Não reclamo desse andar,

Nem tampouco do meu mundo

Mas quando paro pra respirar,

Tomo um fôlego profundo,

Sinto meu coração parar,

Por um instante só, parece

Como se a esperar,

Como quem se posta em prece,

Para o amor reencontrar.

Nas andanças que fazemos

Ora indo, ou voltando

Na multidão não percebemos

Estaremos procurando

Alguém que não conhecemos

Ou então perambulando

Pelos nossos corredores

Talvez um dia estaremos

Um ao outro encontrando?

Já não sei, estou cansado

Só quero dormir um pouco

Meu espírito alquebrado

Meu juízo um tanto louco

Necessitam de acolhida,

De lugar para pousada.

E uma boa companhia

Pra trilhar a minha estrada.