A MUSA E O POETA

Esta constância em cantar-te

nos versos que te faço a poente

é de orvalho e róscido as palavras

com que feliz a ode se consente.

No mar azul verde de água

cavalos de espuma lançam suas crinas

de encontro os nossos ensejos ansiados

que no areal desenhado o acerbo das minas.

Ah, mas aqui, onde cabe a tua beleza

de flores e organdi o teu cabelo

cerejeiras em flor e borboletas

pomo de terra, de lãs e desvelo.

Rogando aos deuses a inspiração

de ambarina são as tuas vestes

para não ofender a vista do poeta

se as imagens são mais agrestes.

Canto nardos desenhando azuis celestes

da flor a semente que se avivou

raiz profunda do meu poema

que ao sol se expõe e se arrimou.

Ao néctar da vida são as minhas rimas

que da natureza vem a leveza do ser

bate breve, leve, levemente a brisa

até mostrar todo o seu parecer.

E tal como começou esta poesia

versificando a poente o teu conceito

é de mim as estrelas sua luz

quando é contigo, musa, que me deito.

Jorge Humberto

06/09/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 06/09/2010
Código do texto: T2481609
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