CONJECTURAS



Falo do amor como se não houvesse

a menor importância não tivesse.
Falo do amor indiferentemente.
 
Falo da tristeza como não sentisse
a frieza da noite e até fingisse
gostar de não sorrir impunemente.
 
Falo da dor como se não vivesse
a dor de viver e não morresse.
Falo da dor escarniosamente.
 
Falo da saudade assim como quem fala
de algo que se foi e não se abala
em vivenciar apenas o presente.
 
Falo do adeus como se não quisesse
acreditar que existe e que acontece.
Falo descrente, cuidadosamente.
 
Falo de tudo assim, inabalavelmente.
Mulher madura, fria, indiferente.
Ser uma fortaleza até pareço.
 
Mas desabo e me traio facilmente
e aos outros me torno transparente
pois se falam em você, eu emudeço!
Leuri Lyra
Enviado por Leuri Lyra em 13/08/2010
Reeditado em 13/08/2010
Código do texto: T2436165
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.