Nossa canção de Agosto (NajahDL pelas letras de Raul Los Dias)
Por Raul Los Dias
A desconstrução dos enredos amarrados aos fios atados lá atrás
Faz necessário seremos tesoura/navalha.
Os nós nas cordas atrasam o fluxo das carretilhas
São armadilhas.
É preciso acupunturar esses pontos
Dissolver os mares nos rios, inverter vistas...
Desenhar tempestades e rir no final em novo caos-semente.
..
Bebo/ me embriago e nado
É tudo água o que vejo
Não há mais meu rio
Já me dilui em ti/ mar sem fim/ onde tudo se liquifica.
Não há mais muque, murro, pedra, carne
Tudo é peixe, areia, mergulho, pérolas do fundo.
Você desmanchou tudo
Mudou o centro
Inverteu o fluxo.
Está tudo na tua mão.
Faz feminino esse mundo e me habite por inteiro.
Quero ser menino do terreiro/ poeira nos olhos
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Por NajahDL
Enquanto compomos as canções
de medo e liberdade
os disfarces tombam
e nossos rios deságuam incontinentes
somos fio de navalha
um desarme ao bandido
armadilha
os heróis em território inimigo;
pintamos cores de aquarela
no nosso vermelho feminino
choramos a poeira dos olhos
calamos os silêncios gritantes
e colhemos pérolas;
trazemos um mar interno
e levantamos as ondas
porque somos meninos cantores
bandidos, delinqüentes de sentimentos
matamos a palavra que não tem coragem
e nossa faca finca almas.
Nos atrevemos.