Dia após dia

Já fui riso doce.

Já fui poesia sentida.

Já fui só alegria.

Já fui primavera florida.

Já fui riacho raso,

Já fui lago profundo.

Já fui noite.

Já fui dia.

Mas depois de você,

Comecei a ser espera

Definhando dia após dia.

Se num dia me amavas

No outro esquecias.

Foram assim construídos

Todos os nossos dias.

De noite me dava as estrelas,

E o sol durante os dias

Mas depois recolhia.

Jamais acreditei

No amor que sentia,

Fingindo sentir

O que nunca queria.

Um amor especial

Que em meu peito nascia.

Era amor verdadeiro

Que dia após dia me devolvias.

Depois de tanta recusa,

Eu que já fui vida

Agora morria.

Tu encheste meu peito

De angustias fatais

Meus olhos de lagrimas

E meu coração

Não bateu nunca mais

Transformaste em pedra

Em mármore tão frio

Que jamais se aqueceu.

Se me querias matar

Porque não te apressastes

Para tirar-me a vida

Bastava um dia, não mais.

Mas fostes impiedoso

Matando-me lentamente,

Dia após dia.

MARGARYDA BRITO
Enviado por MARGARYDA BRITO em 06/08/2010
Código do texto: T2421628
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