Lá estava
Lá estava,
Sem sombra, sem sonhos,
Em meio à madrugada,
Perambulando pelas calçadas.
Um bêbado, um sonhador,
Que vive morrendo por amor,
Tropeçando nas muitas palavras,
Que gritando balbuciava.
Hora bem, hora mal,
Sem um destino, sem um ponto final,
Sua cara amarrada passava,
Assim, devagar, como a madrugada.
Escorando-se pelos bancos e escadas,
Meio acordado sonhava,
Que tudo aquilo não passava
De uma bebedeira desgraçada,
E no raiar do sol, mesmo sem saber,
Estaria novamente em sua casa.