Perdido em teu adeus, em amar-te, persisto
 

É só rumor,

Quase eco sem som,
Esse beijo que pensamos
Como um acorde em mesmo tom.
Tão fresco como a água da nascente
Cristalino como veemência  di_amante,
Tão puro como o mel, tão indecente,
_ Impudico na entrega delirante_
Que escandaliza o próprio amor
Que desejamos!

_ Almejada sinfonia a compor
Um passado que fomos...

É divina a paisagem do teu corpo

Curvas que na lembrança encorpo
É brilhante o fulgor dos olhos teus
Centelha cerúlea como firmamento
Mas tão comum sou eu e meus desejos
_ singular vontade e contentamento_
Que, ainda que perdido em teu adeus,

Flano na inconstância de teu vento (e)
Insisto em te render com os meus beijos.

 
 
Jaime da Silva Valente
Denise de Souza Severgnini
Denise Severgnini
Enviado por Denise Severgnini em 04/07/2010
Código do texto: T2357150