Gato Rajado
Sobre a almofada
Repousa seu veludo,
Preguiçoso na manhã calada
Com medo de todos e de tudo.
Estica seu corpo de pelúcia rajado
Caprichoso sempre, constantemente,
Caminhando lânguido até meu lado
Levanta as patas levemente.
Vem a implorar carícias,
Pela primeira vez roça meus pés
Sem nenhuma malícia
De tal jeito qualquer.
E assim se repetem os dias,
Mal eu chego, ele vem...
Com sua pelúcia que trazia
Conforto e carinho como ninguém.
Mas revela-me certa impressão esse ato
Chego mesmo a sentir o cheiro
Que às vezes escondido neste corpo de gato
Encontra-se a alma de um homem cavalheiro.