Gato Rajado

Sobre a almofada

Repousa seu veludo,

Preguiçoso na manhã calada

Com medo de todos e de tudo.

Estica seu corpo de pelúcia rajado

Caprichoso sempre, constantemente,

Caminhando lânguido até meu lado

Levanta as patas levemente.

Vem a implorar carícias,

Pela primeira vez roça meus pés

Sem nenhuma malícia

De tal jeito qualquer.

E assim se repetem os dias,

Mal eu chego, ele vem...

Com sua pelúcia que trazia

Conforto e carinho como ninguém.

Mas revela-me certa impressão esse ato

Chego mesmo a sentir o cheiro

Que às vezes escondido neste corpo de gato

Encontra-se a alma de um homem cavalheiro.

Leticia de Faria Trindade
Enviado por Leticia de Faria Trindade em 17/06/2010
Código do texto: T2325593
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