NOS CAMINHOS DA VIDA

NOS CAMINHOS DA VIDA

Chora o menino ao deixar seu rincão,

Caminhada longa à frente o esperava.

Subiu, sumiu na curva o menino andante,

A cada passo que dava o peito apertava,

As lagrimas escorriam na sua face,

A saudade, o apego, tudo em entrelace,

Aos poucos desvanecia, para trás ficava.

O choro se torna espaçadamente. Longo.

No vai e vem de infindos caminhos,

Retornava ao seu aconchegante recanto,

Vez por outra reencontrava carinhos,

Realimentava o seu espírito na paz,

Nutrindo o seu corpo, a alma se refaz.

Ele retoma a estrada. Novamente sozinho.

Passam os anos, para todos passa a vida.

Quem a cada viagem por ele esperava,

Só lembranças e sombras na sua miragem.

Estrada vazia, casa não mais encontrava.

O tempo era outro, daquele nada ficou:

A saudade, a ansiedade, o menino mudou,

Não sabia sequer, se ele mesmo restava.

Lembrança de tudo, recordações de todos.

Quando ainda jovem pode ser suportável.

Na jornada da vida, ele perdeu o fôlego,

Suporta as agruras da vida: continua amável.

As lágrimas ainda não secaram. Marejam,

No tímido sorriso, palavras gracejam,

Contando os dias, oh! Tempo infindável.

Rio, 10/06/2010

Feitosa dos Santos